Click na Imagem e ouça o Tema
MARTINHO DA SILVA – Cantor português que gravou música
cabo – Verdiana nos finais dos anos 1940 início de 1950 na mesma época de
pioneiros como Fernando Queijas, Marino Silva, Eddy Moreno e Djuta de João
Chalino entre outros. Interpretou preferencialmente Mornas cujas letras eram em
português (como Mar Eterno) e à semelhança de Fernando Queijas traduziu Mornas
com versos em crioulo para português o que causou indignação e polémica em Cabo
Verde…”
Por gentilza do jornalista, Carlos Filipe Gonçalves
(excerto)
A HISTÓRIA QUE INSPIROU
O POETA A COMPOR A MORNA “MAR ETERNO”
…” Um dia
aportou à ilha BRAVA o iate FABULOUS.
Uma jovem americana acompanhava o pai, em viagens de estudos
e recreio. Eugénio, belo moço de tez branca, gentleman de porte distinto mas
sem meios de fortuna e cabo-verdiano, apaixonou-se e foi correspondido. Foi o
primeiro dos seus grandes amores da sua vida. Mas, no dia em que o americano
descobriu a paixão romântica da filha, o iate pela calada da noite levantou o ferro
e desapareceu no horizonte sem que o jovem pudesse despedir-se da sua amada.
Eugénio, pela manhãzinha, como era seu costume, dirigiu-se ao miradouro da Cruz
Grande para a ver a Furna e o Fabulous. Perante a Furna deserta, Eugénio
revolta-se e inconsolável recorre como era seu hábito á sua guitarra e compõe
“MAR ETERNO” – Canção ao Mar…”
José Osório de Oliveira (Amigo e
companheiro de Eugénio Tavares) in: eugeniotavares.org
Nota: Nos dois discos gravados pelo
Martinho da Silva (que possuímos) ambos referem Eugénio Tavares como autor da
Morna – Mar Eterno.
Bom recomeço Mendes. Coragem sobretudo e não leve a mal os que não visíveis.
ResponderEliminarLembro-me perfeitamente quando começou o imbróglio do "Mar Eterno". Não ficou explicito na capa e o cantor passou a ser o autor. O Martinho... deixou ir; arranjava-lhe.
Mas isso é velho e continuará se não for indicado a participação (função) de cada um.
O mesmo sucede com fotos roubadas para não falar de textos.
V
Caro Valdemar
EliminarMuito obrigado pela visita... Animo é coisa que não me falta!
---
Como digo na "Nota" nos discos gravados pelo Martinho, consta como autor da Morna o Eugénio Tavares.
Mantenha
Eu é que ignorava esta possível estória sobre a origem da linda, comovente e inesquecível morna Ó mar eterno.
ResponderEliminarObrigado, Artur.
A Nota de Rodapé sobre a menção do autor Eugénio Tavares no disco de Martinho da Silva pode induzir a má interpretação. O Zito Azevedo fez a critica no programa Revista Sonora, inícios dos anos 1970... Acho que o Zito não sabia, que no disco do Martinho da Silva, este não se armou em autor da música, e até presumo que o Zito não conhecia aquele disco. Vê-se claramente que a questão surgiu na revista Plateia, como não li e não tenho esse n.º da revista, não sei se foi o próprio Martinho a fazer uma declaração sobre isso, ou se foi o jornalista que escreveu! A posição do Zito Azevedo (que comprou uma guerra com o português Martinho da Silva) mostra o que se passava na época, e que a questão da Morna/Fado sempre esteve presente, sobretudo quando havia um nacionalismo que viva escondido no íntimo das pessoas… Fernando Quejas, foi muito criticado na época, por cantar Mornas em português! Mas, hoje ele é visto como um dos pioneiros da promoção da música de Cabo Verde em Portugal! Outra questão a ter em conta é que o Zito, integrou/integrava o conjunto Centaurus, que defendia a autenticidade da música cabo-verdiana, sobretudo a interpretação fiel do estilo e Mornas de Eugénio Tavares. Os elementos do Centaurus, Zito incluído, foram nacionalistas em todo o sentido do termo, as suas posições políticas depois do 25 de abril, é que não foram compreendidas! Foram perseguidos no meio de uma revolução, mas hoje, começa-se a ver e a descobrir o papel que tiveram! Ou seja, não há dúvida que embora nascido em Portugal, Zito, cresceu e se formou em Cabo Verde, ele foi pois um cabo-verdiano de gema, e pelo que percebi, teve a mágoa de viver longe da sua terra, e ter sofrido a perseguição, que muito o magoou… Carlos Filipe Gonçalves, Praia 19 de Julho de 2018.
ResponderEliminar